Agrupamento de Escolas de Almeida

segunda-feira, 7 de maio de 2012

No-Mad - Post 12: Momentos / Ben Türk

Sunday, November 13, 2011

Momentos

São milhares de coincidências – e pequenas escolhas – que fazem um momento. Neste caso, ir a pé até Ürgup (a 8 km de distância de Göreme) e uma demorada subida, levaram-me a este local. Um pequeno abrigo no cimo de um dos vales que rasga Cappadocia. Protegido do vento e bafejado pelo sol, encontro finalmente o tempo para admirar todo este mundo.
Lá em baixo, por entre as paredes despidas do vale, floresce a vegetação. Tenho a sensação de estar num pequeno jardim de éden. O Outono dá-lhe um tom acastanhado, onde o verde desponta aqui e ali. Não se ouve nenhum som de civilização. Apenas os pássaros e o vento a tocar nas folhas falam comigo. Reflito um pouco. É uma sorte estar aqui, neste momento, no meio de tão bela paisagem.
Sinto que a mesma me toca e me molda. De alguma forma estou diferente, mais calmo e centrado nos meus pensamentos. Não estranho que os cristãos otomanos tenham vindo para aqui. Toda a imensidão desta paisagem nos obriga à reflexão e nos torna humilde. Existe uma dualidade nesta paisagem. Cá de cima temos uma visão de montanhas vermelhas e suaves. Uma visão ampla apenas cortada pelos riscos brancos. Nesses riscos existe a monumentalidade tão retratada em fotografias. É um local exótico por se passear. Os trilhos levam-nos a vales curtos rodeados do branco caracteristico, a locais perdidos e túneis que parecem portais para um mundo de fantasia.
Aliás todo este mundo se assemelha a um mundo de fantasia. É fácil imaginar que, por entre os arbustos, irá sair um duende a qualquer momento. Ou que o som do vento, é a nave de Luke Skywalker a chegar. Mas também é o local perfeito para não pensar em nada. No meu caso, peguei no ipod e deixei que o shuffle determinasse a música do momento. É clássica. De repente as encostas tornam-se musicais. Como que esta provisse dos seus vales. Talvez seja o ondular das colinas que combine com os acordes desta música. Não sei. Nem me preocupo em encontrar o motivo. Deixo-me embalar e aproveito mais um belo momento...
 

 

Monday, November 14, 2011

Ben Türk



Hoje é o último dia na Turquia. Na realidade, amanhã ainda estarei por cá, mas será passado em viagem. De Göreme para Ankara, e daí para Tehran. Sinto-me emocionado. Toda a experiência foi overwhelming. Mais que tudo, levo comigo as pessoas que conheci pelo caminho. Levo o companheirismo da Yuhsi, a simpatia do Zé, a simpatia da Sophie, a ideia do Harry, a abertura do Alejandro, o extraordinarismo de Volnei e da Pinar, a dica da Juliana, a conversa com o Quang e a hospitalidade do Chris. Um excelente arranque de viagem.

Mas a Turquia terá sempre a imagem de três pessoas: Eda, Naime e Özlem. Filhas desta lindíssima terra, foram a chave para abrir as portas deste país. Não existem palavras com que possa retribuir a simpatia, ajuda e hospitalidade que me entregaram. No fundo sinto que representam o que de melhor este país tem para oferecer: pessoas únicas, interessantes e envolvida num contexto histórico fenomenal.

São as suas pessoas que fazem da Turquia um grande país. Quer estejamos a passear pelas ruas estreitas de Istanbul ou a admirar a belissima paisagem da Cappadocia, são elas que transformam este local num sítio único.

Foram quinze dias espectaculares. Istanbul é um sitio vibrante. Não te deixa indiferente. Um palco imenso para a vida. Tanto no meio da confusão de um mercado, a passeares pela emblemática ponte Galata ou a apreciares o dia-a-dia numa das avenidas desta cidade encontras sempre uma multiplicidade de vidas. Diferentes passados, culturas e histórias convivem em harmonia. E sentes essa história não apenas nos monumentos ou estradas por onde andas mas, e principalmente, nas pessoas. Nas suas tradições e hábitos. Na sua forma de estar e interagir. É mais que tudo uma cidade real e que existe.

Cappadocia contrasta com esta agitação harmoniosa. Aqui encontras uma calma por entre os seus imensos vales. As pessoas em tudo são iguais. Ficas com a certeza que a hospitalidade é do país e não apenas duma região. Gosto muito como toda esta zona tem diversos ângulos. E se Istanbul é um mosaico cultural, este é um mosaico paisagista. Ambos entregam-te emoções forte. Gostei de me perder (mas não muito) por aqui, ou de encontrar aquele pequeno abrigo em que apenas a vida selvagem entra. E gostei de caminhar. Talvez seja algo genético. Estamos capacitados para andar, e, depois de uma vida sedentária, todo o meu corpo pedia para andar. Seguir trilhos como que chegasse a um porto de abrigo distante.

E eu apenas vi dois locais. Uma pequena amostra do que tem para oferecer. Descobrir este país foi uma dádiva. Sinto que o substimei muito. Procurei um local de transição e encontrei um espaço autêntico e acolhedor. E depois de uma tão boa recepção, sinto-me em casa. E de tanto me confundirem com um, hoje sinto-me também um pouco turco...

Tesekkür ederim por tudo

Hosçakal Turquia.

P.S. Amanhã é dia de viagem. Quando voltar a este espaço já estarei no Irão com outras aventuras para relatar. Se tudo correr bem volto a este espaço quarta-feira.

 
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